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Tempos de crise: como reinventar-se?

Separamos dicas para repensar sua carreira – e usar o espaço do condomínio para isso


Crédito da imagem: StartupStockPhotos - Pixabay

Que o desemprego está alto, não é segredo para ninguém: o último balanço divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a taxa de desemprego do país ficou em 12,7% no primeiro trimestre de 2019, de acordo com dados apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). A população desempregada (pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego sem encontrar) chega à marca de 13,387 milhões no período - um aumento de 10,2% em comparação ao fim do ano passado. Nesse cálculo, é um acréscimo de 1,235 milhão de desempregados ao mercado de trabalho do país.


Com tal situação, muita gente anda se reinventando e trabalhando por conta própria. Dados do próprio IBGE, da Pnad Contínua divulgada no final de 2018, mostraram que no ano passado o Brasil registrou recorde de trabalhadores sem carteira assinada: um em cada quatro brasileiros estava garantindo o sustento trabalhando por conta. Em 2018, foram 23,3 milhões de pessoas trabalhando assim, além dos 11,2 milhões de empregados informais no setor privado – esses números combinados superou o total de empregados com carteira assinada no setor privado (32,9 milhões).


“O desemprego é enorme no Brasil, já que mais de 12 milhões de pessoas não têm inserção no mercado de trabalho, por mais que procurem ou tenham qualificação. É uma situação difícil. Porém, esse pode ser um momento para buscar um novo rumo e repensar a vida profissional”, aponta Vinicius Mendes Lima, fundador do Instituto Besouro, agência de fomento social que visa combater as vulnerabilidades sociais através de projetos de empreendedorismo, educação, pesquisa, cultura e cidadania. “Aquele sonho que está no fundo da gaveta, ou um talento, podem ser usados para impulsionar essa nova fase. Se a pessoa gosta de cozinhar, por exemplo, por que não pensar em fazer marmitas para os vizinhos que passam o dia trabalhando e não têm tempo ou disposição para fazê-lo?”.


Pode ser o início de transformar uma atividade de lazer num gerador de renda familiar. Jorge Penillo, coach e mentor de liderança e carreira conhecido como Doutor Carreira, dá algumas dicas para quem está começando a pensar em reinventar sua carreira profissional. “Em primeiro lugar, é preciso se perguntar: ‘no que eu sou bom ou boa?’. Depois, pense naquilo que você quer fazer daqui pra frente na sua vida. Também pare para pensar em que você conhece que já faz o que você quer começar a fazer”, recomenda ele. “Na primeira resposta, você descobre qualidades e forças em você que serão fundamentais para a nova atividade. Já na segunda, você descobre se o que você quer fazer tem futuro e se você não vai desistir na metade do caminho, tendo que recomeçar o tempo todo”.


O DESAFIO DE SER O PRÓPRIO CHEFE

É tentador ter a liberdade para poder fazer a própria agenda e determinar as próprias prioridades. Entretanto, ser um profissional autônomo requer muito equilíbrio e controle. “A principal dica é ter disciplina. Crie o hábito de acordar cedo; gerencie seu próprio horário e escolha, com muito critério, as atividades que terá no dia”, orienta Penillo. Para àqueles acostumados aos trabalhos tradicionais, com carteira assinada e horário marcado, a liberdade repentina pode ser o principal desafio. “Para conseguir dizer não para as atividades que tiram seu foco, basta fazer uma pergunta a si mesmo: esta atividade que apareceu me aproxima ou me afasta das minhas metas?”.


Mas disciplina não é o bastante. É preciso acostumar-se às intempéries – especialmente aos balanços financeiros, já que os ganhos podem variar, especialmente no início dessa transição. “Duas coisas são divisores de água para quem é microempreendedor, ou autônomo: o gosto pelo que se faz e a persistência”, diz Vinicius, do Instituto Besouro. “A gente sabe que empreender, investir e crescer no Brasil não é fácil, mas se o objetivo é esse, é preciso continuar firme frente aos desafios. Esse brilho no olho faz toda a diferença. E claro, ter um negócio não pode ser algo apenas idealizado, mas também é imprescindível planejar. Saber o quanto tem disponível para investir, os gastos e lucros, manter o fluxo de caixa na ponta do lápis”.

O FAMOSO NETWORKING

A rede de relacionamentos é essencial para qualquer negócio, desde os individuais, até as grandes corporações. É através dele que você vai começar a criar uma rede de contatos: um trabalho para um amigo, depois para o amigo de um amigo, e assim a rede vai crescendo. Manter um diálogo com as pessoas de sua convivência, para que saibam o que você está fazendo e com o que está trabalhando, é essencial – e o boca-a-boca ajuda muito quem está começando. “Quanto mais se conhece o público-alvo (o cliente), mais fácil será desenvolver ou aperfeiçoar o produto ou serviço do empreendedor. Assim, entender como essa rede pensa e o que ela busca ao comprar o seu serviço facilita o desenvolvimento de um empreendimento de melhor qualidade e otimiza o relacionamento com o cliente”, indica Vinicius Mendes Lima.


E é possível fazer essa rede até dentro do próprio prédio: vizinhos podem se ajudar apresentando seus trabalhos uns aos outros e começar a criar uma rede de indicações entre eles, de forma a se ajudarem nos negócios. “O contato cordial com todos é muito importante e é uma estratégia de negócio. A dica é circular pelos espaços comuns, conhecer e tratar bem os vizinhos. São rotinas que, além de melhorar a convivência no condomínio, também contribuem na criação de redes de relacionamento que, com certeza, irão trazer benefícios logo à frente, seja na forma de clientes ou parceiros de negócio”, aponta Vinicius.

SIGA O EXEMPLO

E é possível se reinventar, mesmo com tantos desafios? Vinicius garante que sim. “O Instituto Besouro de Fomento Social tem vários cases de pessoas que transformaram suas vidas a partir do empreendedorismo. Uma dessas histórias é do Rodrigo dos Santos Ramos, o Sabiah, que é ex-apenado e meu amigo de infância. Depois que saiu da prisão, ele estava buscando uma vida melhor, um emprego. O Rodrigo saiu de cárcere com esse propósito”, conta ele. “O Sabiah foi contratado para trabalhar com reciclagem de lixo. Hoje, ele não é mais o funcionário, ele é o patrão do próprio negócio e abriu a Usina de Reciclagem. O Rodrigo é referência em transformação de vida e empreendedorismo”.

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