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  • Foto do escritorHamasul News

Itanhaém: novos desafios à vista


Com a inauguração de sua nova filial em Itanhaém (veja mais na matéria de capa), a Hamasul entrevista, nesta edição, o sr. Ernani de Togni Filho, síndico do edifício Condomínio Residencial Resort Itanhaém 2; um novo prédio que passa a ser atendido pela Hamasul. Confira como foi a conversa:


Como você se tornou síndico? Fale um pouco da sua trajetória.

Trabalho na construção civil há 28 anos e isso me remeteu a trabalhar com administração de condomínio. Minha trajetória pessoal vem de uma situação bastante singular. Obviamente, há 65 anos, as famílias eram pobres, as que tinham boa condição eram raras. Aos 11 anos, eu aprendi que tinha que me virar sozinho, ou ia ficar para trás, e fui correr atrás do meu primeiro emprego. Foi de despenador de galinha. Eu fui num matadouro perto da minha casa. Ia para escola de manhã, às 11h eu saía da escola e ficava despenando galinha até 17h. Até minha mãe achar estranho que eu não aparecia em casa e me tirar de lá. Mas eu nasci para trabalhar. No dia seguinte, fui vender sorvete. No segundo dia, eu chupei todo o sorvete. Estava um calor danado. Tive que pedir dinheiro pro meu pai para pagar o sorvete. Aí meu pai me tirou de lá e me arrumou emprego de office-boy em uma loja. Da loja, fui ser office-boy de uma revendedora de automóveis. Da revendedora de automóveis eu fui para uma indústria e na indústria eu já tinha condições de construir, porque eu guardava sempre muito dinheiro, então, comecei a trabalhar para mim mesmo. Sou formado em matemática e administração de empresas, mas a construção civil está no meu sangue, natural.


O edifício que você administra é de grande porte. Quais os desafios diários que existem em administrar um condomínio desses?

Já administrei maiores, com 420 apartamentos. Mas é de grande porte aqui na cidade. É um prédio com 170 apartamentos, uma área ocupada de solo de 5.267 metros e 87.600m². Para a cidade, é um padrão singular, é um padrão diferenciado. Nosso condomínio tem vida própria, não é daqueles que ‘fica estagnado’, porque nós estamos a trinta metros da praia. Sofremos o impacto direto da maresia. Isso faz com que a gente tenha muitos desgastes de eletroeletrônicos, de corrosão de material, principalmente nas unidades viradas para a face sul, que são assoladas por um vento muito forte, uma chuva muito forte. Além dos mais, nós temos os problemas do dia-a-dia. Todos os dias, às 8h30, eu estou aqui e passo o trabalho para o pessoal. Tenho uma equipe de 16 colaboradores e todos eles têm atividade para cumprir no dia. Quando, no meio desse tempo, aparece um trabalho urgente - o que é muito comum -, nós somos obrigados a fazer uma força tarefa.


E quanto às adversidades?

As características dos conflitos são as mais variadas possíveis: animal, pessoas, familiares, veículos. Eu analiso uma a uma e vejo o que é possível ser feito em cada relação. Quando eu não me acho capacitado, eu procuro ajuda com os condôminos, porque nós temos aqui todo tipo de profissional. Então eu encontro apoio. O maior desafio é o relacionamento humano. Nós temos hoje 40% de residentes e os outros 60% são veranistas e, nem sempre, o veranista vem com a consciência de que isto aqui é um prédio residencial. Nós temos regras, nós temos uma convenção que é seguida à risca. Antes de tudo, a gente procura a mediação. Eu procuro essa mediação, porque eu acho que uma boa conversa surte mais efeito que uma ação jurídica.


O que mais agrada na atividade de síndico?

Tudo! A primeira atividade é justamente a parte de manutenção civil, que é um assunto que entendo profundamente do assunto. Depois, a satisfação e a alegria de ver a paz das pessoas que aqui frequentam; de ver uma família deixar uma criança aqui em baixo e não ter problema nenhum, de ouvir uma família dizer que foram as melhores férias da vida dela quando ela veio passar o final de ano aqui. Existe um grande respeito pelos colaboradores daqui. Quando eles têm uma ideia ou sugestão, a gente senta, discute, conversa... Isso me dá muita satisfação, gerir pessoas.


Qual dica você daria para outros síndicos?

Se peparar, conhecer, estudar. A responsabilidade do síndico é muito grande, principalmente civil e criminal. Tem que ter a noção da atividade que ele está executando, o que vai repercutir se algo acontecer. E ter por detrás uma administradora que tenha um suporte para te dar garantias contábeis, jurídicas e financeiras, senão fica muito difícil. Para o condomínio é vital. Eu diria que o coração de um condomínio é a administradora. Como é que o condômino vai ter a confiança que aquele dinheiro que ali está, que é suado para ele pagar aquele condomínio, está sendo bem administrado se não tiver uma administradora competente por trás?

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