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  • Foto do escritorHamasul News

De olho na segurança: novas modalidades de assaltos podem comprometer os condomínios

Ao mesmo tempo que novas tecnologias surgem para facilitar nosso dia-a-dia, bandidos também se aproveitam delas para criar novas formas de se aproveitar das brechas de segurança para aplicar golpes e realizar assaltos. Foi o que aconteceu com moradores do bairro do Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro, quando bandidos disfarçados como entregadores de comida por aplicativo tentaram roubar o celular de uma moradora. Neste caso específico, divulgado pela imprensa em junho deste ano, os bandidos inclusive estavam usando as mochilas com o logotipo do aplicativo para convencer que estavam realmente trabalhando e não levantar suspeitas. A síndica do prédio pediu para que os moradores ficassem atentos na saída e na entrada do prédio – já que costuma ser proibido pelas convenções condominiais que esses entregadores adentrem o condomínio, o que já evita brechas na segurança.


Outro caso recente aconteceu em São Paulo, também em junho, onde dois menores foram apreendidos pela Polícia ao tentar adentrar um condomínio se passando por moradores, usando inclusive uniformes escolares similares aos que alguns moradores utilizavam. Nesse caso, denota que os possíveis criminosos também podem estar de olho nas rotinas dos moradores. Segundo divulgado pela imprensa paulistana, esse é um hábito que tem se tornado comum: bandidos disfarçados de alunos voltando da escola, de prestadores de serviço e de entregadores utilizam-se dessa brecha para enganar porteiros e seguranças e, uma vez dentro do condomínio, arrombam os apartamentos que estão vazios e roubam pertences dos moradores.


Isso acende um alerta importante para síndicos e condomínios no que concerne em revisitar as políticas de segurança dos prédios.


“Sem dúvidas, os crimes de maior ocorrência ao tratarmos de condomínios são o furto e o roubo”, conta Émerson Tauyl, advogado especializado em segurança pública e sócio do escritório Tauyl & Jardim Sociedade de Advogados, localizado em Praia Grande (SP). “Acredito que o ponto de maior vulnerabilidade em um condomínio seja justamente a entrada principal, visto que a maioria dos crimes ocorrem com indivíduos se passando por técnicos, colegas ou parentes de algum morador, ou até mesmo se aproveitando da saída de algum morador para entrar no residencial sem maiores questionamentos”.


Para evitar que tais ocorrências ocorram, Tauyl dá algumas dicas. “Os síndicos devem orientar da melhor forma possível os porteiros do condomínio, juntamente aos moradores, programando comunicados periódicos aos moradores e treinamentos de segurança também periódicos aos porteiros, além de buscar que o condomínio compre e mantenha equipamentos de segurança atualizados e de boa qualidade. Além de passar por um devido treinamento de segurança, os porteiros jamais devem permitir que um indivíduo adentre ao condomínio sem antes se identificar”. Existe um outro comportamento, porém, que cabe aos condôminos e moradores evitarem, e o síndico pode se utilizar de ferramentas de comunicação para conscientizar. “É costumeiro que um morador, ao sair pelo portão principal, mantenha a porta aberta por ver que alguém estava na entrada aguardando para entrar. Entretanto, esta atitude traz enorme risco ao condomínio por se tratar de alguém possivelmente desconhecido e mal-intencionado, restando ao porteiro evitar que o mesmo entre sem se identificar”.


GARAGENS SÃO PONTOS DE ATENÇÃO

Garagens costumam ser pontos de atenção onde podem existir brechas que precisam ser evitadas. Por exemplo: carros não-autorizados que “imbicam” atrás de outros carros, ou até supostos prestadores de serviço que, caso não estejam verificados e credenciados, podem utilizar a garagem para “descarregar” material que será utilizado para arrombar, assaltar e promover arrastões dentro do prédio.


Para isso, síndicos devem orientar de forma assertiva aos funcionários no controle de acesso às garagens. “O ideal a todos os condomínios é que os moradores possuam um controle para a entrada e saída de veículos da garagem, utilizando-o para informar a portaria que um veículo pretendo entrar, ou sair do condomínio”, explica o advogado Tauyl. “Algumas das alternativas que podem ampliar a segurança de um condomínio são, primeiramente, os periódicos ‘alertas falsos’, onde será simulada uma tentativa de um desconhecido entrar no condomínio, mantendo assim a portaria sempre pronta e em alerta”. O objetivo em um caso desses seria verificar possíveis falhas na segurança da portaria e usá-la como molde para retreinar os funcionários e evitar que tais falhas aconteçam em um cenário real.


Além disso, existem alternativas na área da tecnologia também para auxiliar em situações de emergência. “É comum atualmente a implantação do ‘botão de pânico’ nos controles voltados a entrada e saída de carros dado aos condôminos, onde, caso o mesmo esteja, por exemplo, sendo coagido por um estranho que está dentro de seu veículo, poderá apertar o botão, informando a portaria a situação de emergência e que deverá de imediato ser reportada a polícia”, explica Tuyl.


EMPRESAS TERCEIRIZADAS: CUIDADOS TAMBÉM DEVEM EXISTIR

No caso de prédios que optam por ter mão-de-obra terceirizada, é preciso que, no ato da contratação, síndicos também tenham atenção à idoneidade da empresa, observando o seu histórico, suas referências e a forma como treinam seus funcionários.


“É essencial para o síndico, no momento em que está buscando mão-de-obra terceirizada, fazer uma pesquisa criteriosa para que possa ser atendido por uma empresa idônea”, explica Jessica Dittrichi, sócia-proprietária da Predial Star. “Na Predial Star, além de darmos treinamento para os funcionários, fazemos o acompanhamento do trabalho com supervisores, além de fazer com frequência reciclagem e manutenção dos treinamentos, visando manter um trabalho com excelência. Afinal, sabemos que manter a segurança também é responsabilidade nossa”.


Mas é importante lembrar que não adianta apenas síndicos e funcionários fazerem sua parte sem que os moradores também se engajem. Afinal, a segurança também é um dever de todos, e as brechas podem partir às vezes daqueles que moram no prédio. “Como residentes daquele ambiente, cabe também aos moradores auxiliar na conservação da segurança do condomínio, não só cobrando o síndico sempre que necessário pela atualização dos equipamentos de segurança do condomínio, além dos devidos e necessários treinamentos aos porteiros, mas também evitando permitir a entrada de desconhecidos no residencial sempre que possível”, finaliza o advogado Émerson Tauyl.

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