Um condomínio de porte exige um síndico com boas habilidades. É o caso de Wagner Silva, que administra o edifício Marea: um empreendimento de 19 andares e 114 unidades, localizado em um dos melhores pontos de Santos, entre as praias do Itararé e do José Menino. Nessa edição, nossa reportagem conversou com Wagner para conhecer um pouco
de sua trajetória e desafios como síndico. Confira:
Conte um pouco sobre sua carreira e sua experiência profissional:
Sou advogado e assessor parlamentar, especialista em direito do trabalho previdenciário. Faço parte da OAB como Presidente de Relações Institucionais de São Vicente. Comecei a trabalhar com 12 anos vendendo coxinha na rua, tomando conta de carro, trabalhando como confeiteiro, pedreiro, fazendo bico, até entrar na COSIPA (nota do editor: Companhia Siderúrgica Paulista, localizada em Cubatão).
Comecei a fazer faculdade de Direito. No quarto ano, saí da COSIPA para fazer estágio, onde fiquei 1 ano e 2 meses. Em 2009, terminei a faculdade, prestei a OAB e comecei a advogar. Me especializei em direito previdenciário e direito do trabalho.
O que é para você ser um bom síndico?
O condomínio não é uma coisa amadora, que pode ser administrada de qualquer forma. Afinal de contas, administro um bem avaliado em 32 milhões de reais. Com isso, decidi fazer uma forma de administração profissional: implantei checklists, fiz revisão para todos os contratos, troquei prestadores de serviço que não prestavam o serviço da maneira que eu esperava. Eu prezo muito a qualidade de serviço, e acredito que um prestador precisa realizar o serviço de forma adequada, dirigente, com feedback para prestar aos condôminos.
Por exemplo: quando um prestador troca uma peça, quero ver para saber se a peça foi trocada.
Quando entrei, também procurei conversar com os funcionários e pedir uma postura mais profissional. Peço para evitarem ao máximo conversas na portaria, para tratar pessoas com cordialidade sempre, eliminar fofocas... Criei um grupo de Whatsapp só de comunicação com o condômino, onde somente se passa informações referentes ao condomínio.
Implantamos algumas tecnologias, como mídia indoor com televisores, entrada com token ou digital nas portas.
E o principal foi a redução de gastos: estávamos gastando 20% a mais do programado, e agora estamos gastando 10% a menos, depois da revisão de contratos.
O que um síndico precisa ter no exercício diário da função? O que mais atrapalha?
Precisa ter muita paciência. O fator que mais atrapalha são as conversas alheias e as reclamações vazias. Muitos grupos de Whatsapp estão tirando o equilíbrio do condomínio, pois acaba acontecendo muita briga nesses grupos, sem a formalização delas. Vira fofoca. E eu acredito sempre no diálogo. A nossa convenção nos autoriza a multar direto o condomínio que pratica alguma contravenção, mas eu converso primeiro; criei uma advertência, que dá um prazo para responder, e somente se cometer a mesma infração novamente, a gente multa.
Quais são os desafios que você como síndico enfrenta em seu dia-a-dia?
O gerenciamento dos funcionários é bastante complicado. É necessário atenção, pois eles são os olhos da gente no condomínio; é preciso também acompanhar se estão fazendo a limpeza, se estão cumprindo a jornada, de que forma estão tratando os condôminos...
O outro grande desafio é conseguir controlar e manter as contas, para que não aumente os custos. Nós fizemos planilha de controle de materiais, controle do consumo de água, luz e gás, relação dos equipamentos para fazer as manutenções periódicas, para que não quebrem e não acarretem em custo maior na troca de uma peça ou substituição. Fizemos também revisão dos valores de todos os contratos em pelo menos 10% para menos. Alguns chegaram a 60%; e também fizemos diminuição de funcionários em excesso.
Qual a importância da administradora para o condomínio? O que ela precisa oferecer?
Transparência e diligência: precisa deixar tudo muito claro. O síndico, quando não é profissional, tem outros compromissos durante o dia, então precisa ser muito rápido na gestão, e para isso, precisa ter uma resposta rápida da administradora.
Conheci o trabalho da Hamasul e vi que era um trabalho diferente; quando precisei dei informação, eles de pronto já me responderam. Quando assumi como síndico, vi que trabalhavam com profissionalismo, com um custo interessante.
Se você quer administrar um condomínio de forma profissional, precisa ter parceiros que tenham um perfil profissional. Não dá para ter um contador responsável por fazer boleto e administração, precisa ter uma empresa para te dar um suporte quando você tem alguma dúvida ou precisa de alguma ajuda, e esse é o diferencial da Hamasul, que é parceira, além de todo o profissionalismo.
O que mais gosta como síndico?
O que mais me satisfaz é conseguir gerenciar os problemas do condomínio e resolver de uma forma harmoniosa, tanto das pessoas como em relação às contas. É o grande ponto que me faz a continuar. Se for um síndico arbitrário, que não converse ou não escute ninguém, o condomínio não progride.
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